A Igreja idólatra e apóstata é detalhadamente mostrada e simbolizada na profecia como uma grande prostituta: E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças, e falou comigo, dizendo-me: Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas; com a qual se prostituíram os reis da Terra; e os que habitam na Terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição. E na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da Terra. E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração. E o anjo me disse: Por que te admiras? Eu te direi o mistério da mulher, e da besta que a traz, a qual tem sete cabeças e dez chifres. A besta que viste foi, e já não é, e há de subir do abismo, e irá à perdição; e os que habitam na Terra (cujos nomes não estão escritos no livro da vida, desde a fundação do mundo) se admirarão, vendo a besta que era e já não é, mas que virá. Aqui há sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada. E são também sete reis; cinco já caíram, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo; e a besta que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição. E os reis que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão poder como reis por uma hora, juntamente com a besta. Eles têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta. Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão os que estão com Ele, chamados, e eleitos, e fiéis. E disse-me: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e línguas. E os dez chifres que viste na besta são os que aborrecerão a prostituta, e a porão desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo. Porque Deus tem posto em seus corações que cumpram o Seu intento, e tenham uma mesma idéia, e que dêem à besta o seu reino, até que se cumpram as palavras de Deus. E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da Terra (Apocalipse 17:1-18).
Observe-se que a besta é o mesmo animal referido por Daniel e nos diversos capítulos do livro de Apocalipse. As dez cabeças são as nações que formaram a Europa, após a queda do Império Romano. Os sete chifres são as sete formas de governo que Roma teve desde o seu início. A grande prostituta que se assenta sobre Roma é a Igreja Católica Apostólica Romana, que tem nela a sua sede.
O Anticristo é aquele que se diz o Vigário de Cristo, o Seu substituto na Terra. Note-se que quando João escreveu o Apocalipse Roma era a grande cidade que reinava sobre os reis da Terra. Nessa época ele escreveu: Aqui há sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada. E são também sete reis; cinco já caíram, e um existe, outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo. E a besta que era e já não é, é ela também o oitavo, e é dos sete, e vai à perdição. E os dez chifres que viste são dez reis que ainda não receberam o reino... (Apocalipse 17:9-12).
Vamos analisar o texto destacado, acima, com o outro, a seguir: E vi uma de suas cabeças como ferida de morte, e a sua chaga mortal foi curada; e toda a Terra se maravilhou após a besta (Apocalipse 13:3). As sete cabeças traduzidas como reis vêm do original grego basileos, que significa dignidades governativas .
Note-se que as sete cabeças são as mesmas de Apocalipse 12:3. Sete cabeças e dez chifres e sobre as suas cabeças sete diademas . Diadema ou coroa são símbolos de poder ou de governo. Se observar-se o texto de Apocalipse 13:1, ver-se-á que os diademas agora estão sobre os chifres e não sobre as cabeças: Vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia .
Resumindo, portanto, é necessário que se invoque o texto bíblico, quando diz que há sentido, que tem sabedoria. Os sete montes sobre os quais Roma está edificada são bastante conhecidos: Aventino, Palatino, Viminal, Quirinal, Capitolino, Esquilino e Seólio.
O animal ou besta descrito nos diversos capítulos citados, é o mesmo e as suas características diferem somente no que diz respeito às épocas referidas. Na época em que o Apocalipse foi escrito o mundo era dominado pelos imperadores romanos.
O império é a sexta forma de governo de Roma. Assim, o apóstolo afirmou que as sete cabeças são sete reis. Destes, cinco reis, ou basileos, ou formas de governo já haviam caído: a realeza (753 a.C. até 510 a.C.), o consulado (510 a.C. até 500 a.C.), a ditadura (500 a.C. até 493 a.C.), os tribunos (493 a.C. até 450 a.C.) e o decenvirato (450 a.C. até 30 a.C.).
Um existe, disse ele, referindo-se ao império, que vigorava naquela época, tendo tido início no ano 30 a.C. e outro ainda não é vindo, o papado, estabelecido em 538 d.C. depois, portanto, da queda do império do Ocidente, que se verificou no ano de 476 d. C.
Todos os detalhes da profecia se harmonizam. Antes da invasão de Roma pelos povos bárbaros o imperador transferiu-se para Constantinopla, entregando-a ao papado. Assim cumpriu -se a profecia: E o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono e grande poderio (Apocalipse 13:2).
O apóstolo, na continuação do texto analisado, afirma que o sétimo ainda não era vindo, referindo-se ao papado, que veio em 538. Segundo ele, quando viesse, convinha que durasse um pouco de tempo, o que se verificou por 1.260 anos, isto é, até ao ano de 1.798. Nesta ocasião cumpriu-se o texto que diz que a besta foi ferida de morte em uma de suas cabeças, a papal.
Mas o mesmo texto diz que a sua ferida de morte foi curada e toda a Terra se maravilhou após a besta . Não há dúvida de que a cabeça ferida de morte e que depois foi curada, é a cabeça papal. O ser assim ferida é o mesmo que ir em cativeiro (Apocalipse 13:10). O que sucedeu quando o papa foi feito prisioneiro pelo general francês Berthier, e o governo papal foi temporariamente abolido, em 1.798. Despojado do seu poder, tanto civil como eclesiástico, o cativo papa Pio VI morreu no exílio, em Valença, na França, a 29 de agosto de 1.799. Mas a ferida mortal foi curada quando o papado foi restabelecido, embora com uma diminuição do seu antigo poder, pela eleição de um novo papa, em 14 de março de 1.800 (As Profecias do Apocalipse, p. 203).
A partir de então a ferida mortal foi curada, iniciando-se o processo de restauração do seu poder. Em 1.801 foi assinada uma concordata entre a Santa Sé o governo francês. Em 1.870 proclamou-se o dogma da infalibilidade papal; em 1.929 o papa voltou a ser um monarca temporal, ao receber a cidade do Vaticano, pelo tratado de Latrão, assinado com o governo italiano. Em 1.933 assinou um tratado com o III Reich nazista de Adolph Hitler e em 1.953 com o governo espanhol.
Assim, fica fácil entender a seqüência da exposição do apóstolo, quando afirma que a sétima cabeça é também a oitava, que estivera morta mas que ressuscitara e que iria ou que irá à perdição.
Fica, também, fácil entender agora a distinção entre os chifres e as cabeças coroadas. Quando os povos bárbaros invadiram o Império Romano eles constituíram dez reinos. A partir de então as coroas estavam sobre os dez chifres que os representavam. E porque todos apoiavam incondicionalmente o papado é referido que sobre as suas cabeças estava um nome de blasfêmia.
Nos capítulos 12 e 17 os diademas ou sinais de autoridade estavam sobre as cabeças, que são as formas de governo que a besta romana teve, em suas diversas fases. Confirmando, o apóstolo afirma que, ao escrever ele esta profecia os dez reis ainda não haviam recebido o poder, o que somente aconteceu quatro séculos depois.
Note-se como é adequada a descrição da igreja que está assentada em Roma, no que diz respeito à sua idolatria, aos desvios e subversão das verdades do Evangelho Eterno e à grande riqueza acumulada ao longo dos séculos, bem como ao sangue derramado dos santos e das testemunhas de Jesus.
Eis, a seguir, o que dizem alguns comentaristas católicos a respeito da Grande Prostituta do capítulo 17, segundo os comentários feitos pelo Centro Bíblico Católico Editora Ave Maria, tradução dos originais mediante a Versão dos Monges de Maredsous (Bélgica), p. 1.571. Todos os comentários feitos confirmam, sem o querer, o enfoque dado por este trabalho de que a Grande Prostituta é a Igreja idólatra de Roma: Verso 2 Os reis da Terra. Trata-se aqui dos reis sujeitos a Roma. Na linguagem dos profetas a prostituição designa antes de tudo as corrupções religiosas da idolatria, geradora de toda a espécie de depravações morais. Verso 3 Uma fera (ou besta): é a fera que surgia do mar, do capítulo 13. O poder político anticristão naqueles tempos identifica-se com Roma, a Prostituta, mas haveria de sobreviver a ela. Verso 8 Paródia da ressurreição: a fera perdeu seu caráter perseguidor, mas vai reencontrá-lo. Verso 9 A alusão às sete colinas de Roma é evidente. Verso 11 Este versículo enigmático parece significar que a fera duraria mais que uma série de imperadores. Quanto aos cristãos, porém, ela guardaria o seu caráter bestial e perseguidor, sendo um verdadeiro Nero. Verso 12 Os dez chifres: parecem simbolizar em conjunto os reinos bárbaros. Eles aliar-se-ão ao império da Roma pagã (v.16) e herdarão o seu zelo perseguidor (v. 13). Por sua vez são tipos de todos os poderes anticristãos nos quais a fera viverá até o fim dos tempos .
Outros autorizados comentários católicos estão na Bíblia comentada, reedição do Padre Antônio de Figueiredo, no volume Apocalipse , com o imprimatur e o Nihil Obstat da Igreja de Roma. São os seguintes estes comentários: QUE TINHA SETE CABEÇAS E DEZ CORNOS O capítulo 17, que é verdadeiramente a chave das profecias do Apocalipse, nos descobre que esta Besta não é outra que o império de Roma pagã, pois nele claramente diz S. João, que as sete cabeças são os sete montes, sobre que a prostituta está assentada, e que as mesmas sete cabeças são sete reis. SOBRE O TRONO DA BESTA A Besta, como já se viu, é Roma idólatra. (5) ERA E JÁ NÃO É A Besta, isto é, Roma com a sua idolatria. (6) AS SETE CABEÇAS SÃO SETE MONTES Todos sabem que Roma está fundada sobre sete montes (p. 436). E OS DEZ CORNOS... SÃO DEZ REIS Segundo comentadores católicos claramente afirmam que por estes dez reis são designados dez reinos, pelos quais o império romano foi destruído (p. 439). (11) A GRANDE CIDADE É Roma (p. 440) .
Aí está: todas as afirmações acima são de comentaristas católicos que igualmente confirmam a identificação da Grande Prostituta com a Roma idólatra.
Caro,amigo. Quando se trata de profecias,nós devemos esrtar cientes,de que estamos tendo absoluta certeza de tudo aquilo estamos tentando interpretar,no que diz respeito as Profecias Bíblicas. Estes dez reinos,de forma alguma,poderia ser as dez nações desfragmentadas do império Romano,tendo em vista de que estes reis governariam somente por uma hora profética, ou seja,aproximadamente 15 anos literais.
ResponderExcluirSem mais comentários.
Antonio P. Gras
Prezado Antônio, reportando ao seu comentário com relação aos dez chifres ou dez reinos que você sugere não poderem ser aqueles que foram desfragmentados do Império Romano porque governariam somente por uma hora profética, tenho, com todo o respeito ao seu comentário, as seguintes considerações:
ResponderExcluir"Os dez chifres, como reza a profecia, são dez reis ou reinos, que se repetem em várias profecias dos livros de Daniel e do Apocalipse. Em qualquer destas profecias fica claro que estes dez reinos sairam do império romano ou eles o dividiram entre si. Eles são, HOJE: Francos-(FRANÇA); Alamanes-(ALEMANHA); Anglo-Saxões-(INGLATERRA); Lombardos-(ITÁLIA); Visidgodos-(ESPANHA); Suevos-(PORTUGAL); Borgundos-(SUIÇA)e OSTROGODOS, HÉRULOS E VÂNDALOS. Estes 3 últimos foram removidos pelo papado, isto é, destruídos por serem seus adversários e oponentes ferrenhos. Foi em meio destes reinos que surgiu o papado, como esclarece a profecia do capítulo 7 do livro de Daniel. Ao tempo em que São João recebeu sua revelação estes dez reinos não haviam, ainda, recebido o poder e nem ao menos existiam como reinos, mas futuramente reinariam "conjuntamente com a besta", o papado. Isto não é a minha opinião, mas o testemunho claro da História. A divisão geo-política da Europa, na atualidade comporta dezenas de novas nações organizadas a partir de duas grandes guerras mundiais e de inúmeros conflitos regionais. Basta dizer que recentemente a antiga IUGOSLÁVIA se dividiu e se subdividiu posteriormente em várias repúblicas diferentes: Bósnia Heszegovna, Eslovênia, Sérvia, Montenegro. Este é apenas um exemplo.
Ainda com relação à principal crítica de seu comentário, devo lembrar que, na profecia em foco, estes reinos reinariam durante uma "HORA" juntamente com a BESTA. Devo lembrar que o vocábulo grego "ORAN" do qual originou a dúvida, traduzido como "HORA" tem três significados: PRIMEIRO - "Um espaço definido de tempo, uma estação"; SEGUNDO - Uma hora de sessenta minutos, cfe. Atos 5:7) e TERCEIRO - "O tempo particular para alguma coisa" (Lucas 14:7).
Ademais, o vocábulo "HORA" também significa em grego mais do que uma hora literal - o tempo particular para alguma coisa. Os dez reinos não poderiam reinar com a besta apenas uma hora literal ou profética, de 60 minutos ou quinze anos, conforme a interpretação. Na verdade com ela (a besta) reinariam todo o tempo - tempo particular para alguma coisa - em que ela reinasse. Certa versão bíblica traduz o texto assim: "E os dez reinos que viste são dez reis que não receberam ainda um reino, mas como reis alcançarão poder por um tempo com a besta". E que o papado, a BESTA, reinou por "um tempo" ou um período, de 538 a 1798 é fora de toda a dúvida. Os 1260 anos de reinado temporal do papado foram na verdade um "ORAN", não de 60 minutos ou de alguns anos, mas de séculos, em que aqueles reinos reinaram com ele, como seus aliados e vassalos.
Isto também é confirmado no capítulo 13 de Apocalipse. Os reinos europeus tiveram poder e autoridade para atuar à sua vontade, desde que em harmonia com os ditames de Roma. Durante o reinado deles com a Besta (Roma-papal), no período citado de 538 a 1798 isto foi plenamente confirmado. A França foi a primeira potência a entregar-lhe o poder e autoridade. E o papado, com o poder e a autoridade dos potentados em suas mãos tornou tal aquele "ORAN" em que eles reinaram em conjunto, que a história chegou a chamá-lo - o ORAN - de "Idade Escura". Seriam necessários não poucos volumes para descrever todos os crimes, todas as astúcias e todos os deboches daquele "ORAN" crucial para a Europa e o mundo sob o papado.