A Bíblia Sagrada utiliza-se do termo besta, fera ou besta-fera ao se referir
a nações poderosas, poderes despóticos, geralmente representados por animais
ferozes, sem similares na fauna universal. Dentre as bestas mencionadas na
Bíblia, as mais conhecidas são as que são referidas nos capítulos 13 e 17 do
livro do Apocalipse, e que representam a mesma mencionada por Daniel, que se
referem e têm relação com o quarto império mundial. Este, como já foi
mencionado, é Roma, como será mostrado na sequência deste estudo. Tal fato é
reconhecido até pela própria igreja que
tem nela a sua sede e que ostenta o seu nome.
No capítulo sétimo das profecias de Daniel, o profeta relata o primeiro de
seus sonhos relativos aos animais representativos dos impérios, as bestas mencionadas:
“Falou Daniel, e disse: Eu estava olhando, na minha visão da noite, e eis que
os quatro ventos do céu
combatiam no mar grande. E quatro animais grandes,
diferentes uns dos outros, subiam do mar. O
primeiro era como leão, e tinha asas de águia” (Daniel 7:2-4).
“Continuei olhando, e eis aqui o
segundo animal, semelhante a
um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os
seus dentes; e foi-lhe dito assim: Levanta-te, devora muita carne”
(Daniel 7:5).
“Depois disto, eu continuei olhando, e eis aqui outro (o terceiro) semelhante
a um leopardo, e tinha quatro asas de ave nas suas costas; tinha também
este animal quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio” (Daniel 7:6).
“Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível e
espantoso, e muito forte, o qual
tinha dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e
pisava aos pés o que sobejava; era
diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez pontas
(ou chifres). Estando eu considerando as pontas, eis que entre elas subiu outra ponta pequena, diante da qual três das pontas
primeiras foram arrancadas; e eis que nesta ponta havia olhos, como
olhos de homens, e uma boca que
falava grandiosamente” (Daniel 7:7-8).
A profecia não deixa dúvidas quanto à natureza destes grandes animais
simbólicos, afirmando categoricamente: “Estes
grandes animais, que são quatro, são quatro reinos, que se levantarão da Terra”
(Daniel 7:17). Depois de identificar estes animais, iremos considerar o quarto
animal, que Daniel desejou conhecer com detalhes, como está escrito: “Então
tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era
diferente de todos os outros, muito terrível, cujos dentes eram de ferro, e as
suas unhas de metal, que devorava, fazia em pedaços e pisava a pés o que
sobrava (Daniel 7:19).
Estes animais apresentados na profecia eram simbólicos das nações ou reinos
que representavam. Para simplificar iremos mencionar a visão de um carneiro e
de um bode que o profeta recebeu e que identificarão, em sua seqüência, os
reinos já referidos.
Daniel diz: “E levantei os meus olhos, e vi, e eis que um carneiro estava diante do rio, o qual tinha duas pontas; e as duas
pontas eram altas, mas uma era mais alta do que a outra; e a mais alta subiu
por último. Vi que o carneiro dava marradas para o Ocidente e para o Norte e
para o meio-dia; e nenhuns animais podiam estar diante dele, nem havia quem
pudesse livrar-se de sua mão; e ele fazia conforme a sua vontade, e se
engrandecia” (Daniel 8:3-4).
“E, estando eu considerando, eis que um
bode vinha do Ocidente
sobre toda a Terra, mas sem tocar no
chão; e aquele bode tinha uma
ponta notável entre os olhos; e dirigiu-se ao carneiro que tinha as
duas pontas, ao qual eu tinha visto diante do rio, e correu contra ele com todo
o ímpeto da sua força. E o vi chegar perto do carneiro, e irritar-se contra
ele; e feriu o carneiro, e lhe quebrou as duas pontas, pois não havia força no
carneiro para parar diante dele; e o lançou por terra, e o pisou a pés; não
houve quem pudesse livrar o carneiro da sua mão. E o bode se engrandeceu em
grande maneira; mas, estando na sua
maior força, aquela grande ponta foi quebrada; e subiram no seu lugar quatro também notáveis, para os quatro
ventos do céu” (Daniel 8:5-8).
A identificação dos impérios representados pelas bestas da profecia é feita
pela própria Bíblia Sagrada: “Aquele carneiro
que viste com duas pontas são os reis
da Média e da Pérsia; mas o
bode peludo é o reino da Grécia; e a
ponta grande que tinha entre os olhos é o rei primeiro. O ter sido
quebrada, levantando-se quatro em lugar dela, significa que quatro reinos se levantarão da mesma
nação, mas não com a força dela (Daniel 8:20-22).
A História confirma com assombrosa fidelidade o cumprimento destas
profecias. O império babilônico, representado pela cabeça de ouro da estátua e
pelo leão alado, nominalmente citado como o primeiro dos quatro, foi subvertido
já nos dias de Daniel.
Na última noite da existência deste império, durante um banquete profano
promovido por Belsazar, seu último soberano, foi a palavra de Deus declarou, em
resposta a um pedido do rei: “Contou Deus o teu reino, e o acabou. Pesado foste
na balança, e foste achado em falta. Dividido foi o teu reino, e deu-se aos
medos e aos persas” (Daniel 5:26-28). E concluem as Escrituras: “Naquela mesma
noite foi morto Belsazar, rei dos caldeus. E Dario, o medo, ocupou o reino, na
idade de sessenta e dois anos” (Daniel 5:30-31).
O soberano da Média, Dario, e seu sobrinho, Ciro, o Grande, rei da Pérsia,
unidos, conquistaram o império babilônico no ano de 538 a.C., fato histórico
comprovado por qualquer enciclopédia ou compêndio escolar. Simbolizados pelo
peito e braços de prata da estátua, os medos e persas são também representados
pelo carneiro com dois chifres ou pontas, que são símbolo de domínio ou poder:
a ponta maior é a persa, de Ciro, e a menor, a meda, de Dario. Para maior
ênfase, foram ainda simbolizados pelo urso profético. Além de Babilônia, os
medos e persas conquistaram a Lídia, do riquíssimo Creso e o Egito.
Estas suas três principais conquistas representam as três costelas que o urso simbólico trazia entre os dentes.
O predomínio do império medo-persa, o segundo império anunciado na profecia,
foi até ao ano de 331 a.C., estendendo-se por um período de mais de dois
séculos, desde o ano de 538 a.C.
Segundo a História, a Média era suprema no Oriente, mesmo sobre a Pérsia, à
qual dominava. Entretanto, Ciro, o Grande, soberano persa, ergueu-se em armas e
depôs do trono medo a seu avô, Astiages. Unindo-se a seu tio Dario, o medo,
dividiu com ele o poder até a sua morte, quando passou a reinar absoluto. Por
esta razão a profecia indica que a ponta menor (Pérsia) que subiu por último cresceu
mais que a ponta primeira (Média) (Daniel 8:3).
Ciro foi sucedido por seu filho Cambises, que reinou de 529 a 522 a.C. Em
seu lugar ocupou o trono Artaxerxes I, o falso Smerdis, que teve um reinado
efêmero. Tendo ocupado o trono pela fraude, foi descoberto e morto. Assumiu em
seu lugar Dario Hystapes, em 521 a.C., governando até 484 a.C., quando foi
sucedido por seu filho Xerxes, o Grande. Assumindo o trono com 34 anos, reinou
até 465 a.C. , quando seu filho Artaxerxes I, Longímano, herdou o trono,
reinando até 422 a.C. Foi ele quem assinou o decreto de reconstrução de
Jerusalém, que deu início ao período profético das setenta semanas e dos 2.300
dias (Daniel 9:24-25 e 8:14).
Na seqüência reinaram Xerxes II, por apenas 45 dias, Dario II, Ochus (422 a
406 a.C.), Artaxerxes II, Arsaces (406 a 359 a.C.), Artaxerxes III, Ochus (359
a 338 a.C.) e Dario III, Codomano (338 a 331 a.C.). Este foi o décimo e último
soberano persa, derrotado por Alexandre, o Grande, o conquistador grego que
dominou o mundo todo com apenas 32 anos de idade.
O terceiro império relatado nas Sagradas Escrituras, que já fora simbolizado
pelo ventre e coxas de cobre da estátua, é representado primeiramente por um leopardo com quatro asas e quatro
cabeças. É representado, também, por um bode, que era o símbolo nacional da Grécia. As quatro asas
do leopardo e o fato de que o bode vinha do Ocidente sobre toda a Terra, mas
sem tocar o chão, representa a fulminante campanha de conquistas de Alexandre,
o Grande, que é referido na profecia como a ponta grande que o bode tinha entre
os olhos. A surpreendente e extraordinária rapidez destas conquistas assombrou
o mundo e até hoje constituem motivo de admiração dos historiadores.
Alexandre fulminou os persas nas conhecidas batalhas de Granico, em maio de
334 a.C., Ipso, em 29 de novembro de 333 a.C. e na decisiva batalha de Arbelas,
em 2 de outubro de 331 a.C., quando, com apenas 50.000 homens derrotou o
exército do rei Dario Codomano, que possuía 1.000.000 de soldados de infantaria
e 200.000 soldados de cavalaria.
Mas, no auge de sua glória e no apogeu de suas conquistas, Alexandre foi
acometido de um mal súbito e morreu em 13 de junho de 323 a.C., com apenas 32
anos de idade. A profecia que não falha estabelecera, descortinando o futuro: “estando
na sua maior força, aquela grande ponta foi quebrada; e subiram em seu lugar
quatro também notáveis, para os quatro ventos do céu” (Daniel 8:8).
É assombroso o testemunho da História Universal, legitimando e confirmando o
texto sagrado: “Dos quatro reinos em que estava dividido já em 301 a.C. com
Antígono, Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu só dois subsistiram até as conquistas
romanas efetivadas no primeiro século da Era Cristã: um foi o dos Selêucidas,
compreendendo a Síria, a Mesopotâmia, a Média, a Pérsia e a Armênia; outro foi
o dos Ptolomeus, fixado no Egito” (Grandes Personagens da História Universal,
Alexandre , p. 92 , Editora Abril). Estes quatro generais representam as quatro
pontas, isto é, os quatro reinos em que foi dividido o império de Alexandre,
como está escrito: “e subiram no seu lugar quatro também notáveis...” (Daniel
8:8).
A divisão original do império ficou, então, assim distribuída entre os
generais de Alexandre: a Cassandro, que substituiu a Antígono, coube a Grécia e
a Macedônia; a Lisímaco, a Trácia e Bitínia; a Ptolomeu, o Egito, Líbia,
Arábia, Palestina, Cele-Síria e a Ilha de Chipre; finalmente, a Seleuco
Nicator, coube a Síria, parte da Ásia Menor e as províncias orientais.
sábado, 23 de agosto de 2008
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