Quão difícil é, no entanto, o entendimento e mesmo impossível, a unanimidade. Mas é perfeitamente possível a convivência pacífica e fraterna, mesmo na diversidade. As diferenças e preconceitos étnicos desapareceriam se compreendêssemos não existirem diversas raças, separadas principalmente pela cor da pele, mas apenas uma raça, a raça humana. Deixariam de existir diferenças sociais, se tão-somente nos lembrássemos de quão breve é a duração de nossa existência neste nosso planeta azul e qual é aqui o nosso destino comum. Não existiriam as diferenças religiosas, principalmente aquelas que levam pessoas a matar em nome de Deus, se cada um soubesse que Ele é o mesmo que nos outorga tanto o dom da vida quanto as regras para mantê-la e respeitá-la. No curso da História grandes tragédias foram testemunhadas por conta da intolerância e do preconceito. Várias são as razões: Egoísmo, orgulho, sede de poder em suas mais variadas formas. O holocausto nazista, o apartheid, a inquisição medieval e a Ku Klux Klan são exemplos mais do que gritantes do que os homens devem evitar, a fim de preservar a dignidade e buscar a felicidade e harmonia entre os povos. Mas isto é uma utopia, infelizmente. Erasmo de Rotterdam, o maior vulto do humanismo cristão declarou em seu Elogio à Loucura: "O mundo inteiro é a pátria de todos nós. Por que nos separam esses nomes estúpidos (de francês, inglês ou alemão), se nos une o nome de cristão?" (Grandes Personagens da História Universal-Abril Cultural, página 471). Todas estas considerações as consideramos necessárias para a reflexão sobre um tema recorrente e que domina a mídia e que desperta discussões apaixonadas em todos os meios: A homossexualidade, eufemisticamente chamada de homoafetividade; ou, os relacionamentos interpessoais dela decorrentes. As implicações da recente decisão do STF deverão alcançar imprevisíveis consequências nas relações familiares, sociais, comportamentais. Não há como subtrair o teor sexual do tema, pois nele reside a polêmica. Não se pode esquecer que a família está constituída e construída sobre milenares valores fundamentais sem os quais ruiriam os próprios alicerces da sociedade, tais e quais os conhecemos. Sem a relação "macho-fêmea", "homem-mulher", "pai-mãe" não pode existir, num pensamento simplista e primário, a procriação. Igualmente pode-se observar mesmo nas espécies irracionais os instintos básicos que estabelecem relações que se não podem quebrar, no início mesmo da vida de filhotes e de bebês, que lançam os fundamentos da vida adulta. É preocupante a conotação que tem sido dada de que o homossexualismo é algo completamente normal. Não é. Ele pode ser uma opção ou um direito, como se queira definir. Mas não é, de maneira alguma, uma tendência natural do ser humano. A sociedade convive pacificamente com pessoas que têm um modo de vida diferente da maioria. O alcoolismo existe e é aceito quase como algo normal. Mas não é. Sua vítima deve ser olhada com carinho e não com preconceito. Mas nem por isso as famílias, os governos e a sociedade vão considerá-lo, jamais, como "normal". Esta é a razão do cuidado em se fazer a apologia à homossexualidade, como parece estar acontecendo. Devem-se combater os preconceitos e a intolerância. Mas não se pode aceitar uma verdadeira inversão de valores, como se tem verificado, ao ponto de parecer que o homossexualismo é que está certo e que as pessoas que têm outra tendência estão erradas ou que se devam calar, com relação ao assunto. Nos primórdios mesmo da história humana, conforme o relato da criação na forma em que a Bíblia Sagrada revela, estas são as palavras do Criador: "No dia em que Deus criou o homem...macho e fêmea os criou; e os abençoou" (Gênesis 5:1-2). E o Seu conselho ao primeiro par e à sua descendência foi: "Portanto, deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne" (Gênesis 2:23). Com a degeneração do gênero humano, o afastamento dos princípios morais ordenados por Deus, ele separou um povo ao qual estabeleceu princípios cuja desobediência implicaria em penalidades severas, exatamente para preservar a coletividade da degradação. Ele advertiu contra o que chamou de união abominável: "Com varão (homem) não te deitarás, como se fosse mulher: abominação é" (Levítico 18:22). E a severa penalidade estabelecida pela transgressão bem revela o seu significado e importância aos olhos do Infinito Poder: "Quando um homem se deitar com outro homem como com mulher, ambos fizeram abominação; certamente morrerão" (Levíticos 20:13). Em nossos dias esta pode parecer uma sentença irrazoável, extrema. Mas ela tem que ser entendida no seu contexto, como medida exemplar, a fim de preservar a nação do que o próprio Deus considera como abominação. Muitos séculos após estas instruções o Apóstolo Paulo, conhecedor de comportamentos alheios aos princípios ensinados por Jesus Cristo, escreveu para os Seus seguidores: "Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador...Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, o contrário à natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural das mulheres, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homem com homem, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro" (Romanos 1:25-27). São muito fortes as cores com que o apóstolo pinta a situação de tais que se encontram nessas condições: Paixões infames, torpeza, são expressões que dão a medida da magnitude do que tal procedimento representa diante de Deus. E ele complementa que são dignos de morte os que tais coisas praticam e não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem (V. 32). Indo mais além, como advertência àqueles a quem possa interessar, existe uma terrível sentença impendente que não priva desta vida atual, apenas, mas cerra as portas à vida vindoura, intérmina. Está escrito, na Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus: "Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus". (I Coríntios 6:10). Mas além e muito acima do pecado e da maldição e condenação, está oferecido o escape, o perdão e a oportunidade de regeneração. Para todos os que deixaram ou deixarem o erro e a condição de que tratam as Sagradas Escrituras é que se destina a promessa de perdão: "E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus" (V. 11). É bastante significativo o fato de que a repentina irrupção das tendências homossexuais vem na esteira da onda de violência, corrupção e degradação verificadas nas últimas décadas, e da multiplicação, banalização e popularização do consumo de drogas, a maior desgraça que assola a sociedade moderna.
Deve-se evitar a intolerância contra os homossexuais, bem como a sua discriminação. Ostentarem eles um estranho orgulho de sua condição não implica na aceitação da ideia de que eles é que estão certos e os demais errados, como parece ser o seu objetivo impor.
Convivência com respeito, sim. Apologia, jamais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário