ROMA E A PROFECIA BÍBLICA - Primeira parte

Roma foi retratada por DEUS na profecia bíblica como um animal simbólico, terrível e espantoso, possuindo dez chifres. (Dn. 7:7 e Ap. 13:1). Na cronologia profética está delineada de maneira simples, clara e inconfundível, a sequência dos quatro últimos impérios que teriam domínio sobre a terra até o fim, o que a Bíblia Sagrada chama de consumação dos séculos.



Todos os quatro impérios de abrangência mundial, plenamente confirmados pela História, desde o profeta Daniel estão identificados na profecia de uma estátua e de animais simbólicos, nos capítulos 2 e 7 do livro daquele profeta. Os quatro impérios são descritos na profecia da estátua como sendo o primeiro, a cabeça de ouro; o segundo, como o peito e os braços, de prata; o terceiro, como o ventre e as coxas, de cobre; e o quarto e último, as pernas de ferro. Este, ainda retratado como sendo um império dividido, é representado por dez dedos dos pés, constituídos de ferro e barro, indicando que as nações que dela resultariam não se ligariam, por mais que se tentassem unir.

O primeiro império e o que exercia o domínio e poder nos dias de Daniel era o império Babilônico, que foi descrito sem nenhuma dúvida como sendo o primeiro reino: “Tu, ó rei, és rei de reis; pois o DEUS do céu te tem dado o reino, o poder, e a força, e a majestade...Tu és a cabeça de ouro”. (Dn. 2:37-38). Na sequência ao império babilônico viriam três outros, também identificados na mesma profecia, não mais como uma estátua, mas como animais simbólicos, não existentes na fauna terrestre.

O primeiro animal era como leão, e tinha asas de águia. O segundo, semelhante a um urso. O terceiro, semelhante a um leopardo, tinha quatro asas de asa nas costas e também quatro cabeças. E, finalmente, é apresentado o quarto animal, como uma besta terrível e espantosa, um grande dragão com dez chifres. (Dn. 7:3-7). Este último animal é, na realidade, o objeto de nossas considerações. Antes, é necessária a identificação dos outros dois, ainda não identificados. A própria Bíblia fala do que a História confirmaria séculos depois.

O segundo império foi mais tarde retratado também como um carneiro com dois chifres (Dn. 8:3) e o terceiro, como um bode com um notável chifre entre os olhos, que feriu o carneiro e cujo grande chifre foi quebrado na sua maior força, dando lugar a quatro outros chifres. (Dn. 8:5-8). Estes dois impérios, foram identificados nominalmente, como antes havia sido feito com o primeiro, como sendo os impérios medo-persa e grego, respectivamente: “Aquele carneiro que viste com duas pontas (ou dois chifres) são os reis (ou reinos) da Média e da Pérsia, mas o bode peludo é o rei da Grécia; e a ponta grande que tinha entre os olhos é o rei primeiro. O ter sido quebrada, levantando-se quatro em lugar dela, significa que quatro reinos se levantarão da mesma nação, mas não com a força dela”. (Dn. 8:20-22).

A História comprova de forma assombrosa o que DEUS revelara com séculos de antecedência. Babilônia foi conquistada pelos medos e persas Dario e Ciro, cujo império foi posteriormente subvertido por Alexandre, o Grande, a grande ponta que foi quebrada na sua maior força e cujo grande império foi dividido pelos seus principais generais, as quatro pontas da profecia: Seleuco, Cassandro, Lisímaco e Ptolomeu.

O quarto império foi o de mais longa duração e o que mais chamou a atenção do profeta por suas peculiaridades. A inspiração não deixa dúvidas a respeito do significado dos símbolos de animais e o que eles representam: “Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis (ou reinos) que se levantarão da terra”. (Dn. 7:17).

Os quatro reinos ou impérios identificados de maneira tão singular pela inspiração profética revelam na marcha dos séculos, que em mais de 2.500 anos de história o que DEUS revelou antecipadamente se cumpriu maravilhosamente. Os impérios de Babilônia, da Média e Pérsia, Grécia e Roma nasceram e findaram conforme preditos na profecia bíblica. Mas a profecia ainda não chegou ao fim. O mais importante está acontecendo agora e terá um cumprimento final no futuro próximo.

O animal ou besta que representa Roma ou o império romano tinha dez chifres que representam as nações em que foi dividido o império, após sua queda no ano 476 da era cristã. Dentre estas dez nações surgiu uma ponta pequena, estranha e poderosa, que derrubou três delas, que lhe eram hostis. A ponta pequena era o poder religioso e político que dominaria a terra por 1.260 anos dando continuidade ao poderio do quarto animal. Para prevalecer teve que subverter as nações arianas, os hérulos, os vândalos e os ostrogodos que lhe faziam frente e foram vencidos por sua influência. (Dn. 7:8). Estas são informações históricas que não podem ser contestadas e que ora se registram por ser de interesse ao nosso estudo.

A queda do império romano ocidental no ano 476 não encerrou a profecia. As nações em que o império se dividiu constituíram o que é hoje a Europa moderna. Os principais invasores, povos bárbaros do norte, são os seguintes: Os Anglo-Saxões, que são hoje os ingleses; os Francos, que são os franceses; os Alamanes, os alemães; Lombardos, italianos; Visigodos, espanhóis; Suevos, portugueses e Burgúndios, suíços. Os três povos eliminados foram os Hérulos, Vândalos e Ostrogodos. Esta divisão foi feita há mais de 1.500 anos. Naturalmente que a dinâmica dos tempos, as guerras e sucessão de acontecimentos alteraram de maneira significativa a feição atual da geopolítica europeia.

Eis o texto da profecia sagrada, relativamente ao quarto império mundial, identificado pela História como o império romano: “O quarto animal será o quarto reino da terra, o qual será diferente de todos os reinos; e devorará toda a terra, e a pisará aos pés, e a fará em pedaços. E, quanto às dez pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez reis; e depois deles se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros, e abaterá três. E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos, e a lei; e eles serão entregues em sua mão por um tempo, e tempos, e metade dum tempo”. (Dn. 7:23-25).

Segundo a História Roma foi fundada em 753 a.C., construída sobre as conhecidas sete colinas ou sete montes que a identificam e lhe são características insofismáveis: Aventino, Palatino, Viminal, Quirinal, Capitolino, Esquilino e Ceólio. Teve sete formas de governo: Realeza (753 a.C.); consulado (510 a.C.); ditadura (500 a.C.); tribunos (493 a.C.); decenvirato (450 a.C.); império (30 a.C.) e a última forma, segundo a profecia, que prevalece até hoje e que estenderá até o fim dos tempos, que é o papado, e que foi consolidado no ano 538 da era cristã.

A história das conquistas de Roma confirma todas as especificações da profecia. O mundo todo de então foi pisado, saqueado, subjugado, e os despojos levados para a Capital. Milhões de pessoas de todos os lugares do vasto império foram mortas ou escravizadas, não havendo nenhuma força ou poder que pudesse conter o ímpeto romano. Riquezas incalculáveis eram levadas para a “Cidade Eterna”, que se tornou a Capital do mundo. Havia fartura de pão e vinho e toda forma de trabalho era executada por escravos trazidos das nações conquistadas. Tudo se cumpriu na profecia bíblica, com referência a Roma. O império foi esfacelado e dividido em 476, mas a “ponta pequena” nela referida (Dn. 7:8 e 19-25) emergiu com um poder ainda maior na figura do papado.

Do bispo de Roma, chamado papa, pretendendo ser o representante e substituto de JESUS CRISTO, Vigário do Filho de DEUS, representado pela “ponta pequena” é dito que “tinha uma boca que falava grandiosamente, e cujo parecer era mais firme do que as suas companheiras (as outras pontas) e tinha uma boca que falava grandiosamente, e cujo parecer era mais firme do que o das suas companheiras. E que proferiria palavras contra o Altíssimo (blasfêmias), destruiria os santos do Altíssimo (chamados hereges e perseguidos, torturados e mortos pela “santa inquisição”), que cuidaria em mudar os tempos e a lei (o que fez, alterando o calendário e modificando os preceitos do decálogo) e tendo um domínio de um tempo, e tempos, e metade de um tempo (1.260 anos, de 538 a 1.798, período em que durou o seu primeiro domínio).

Tudo se cumpriu de maneira assombrosa. Mesmo com todos os esforços feitos para encobrir a infâmia perpetrada no sombrio período medieval é impossível esconder o verdadeiro genocídio cometido contra a humanidade, verdadeiro holocausto levado a efeito em nome da religião e de JESUS CRISTO. Isto é o que iremos demonstrar, sem nenhuma sombra de dúvida.

Nada se afirmará, particularmente. As Sagradas Escrituras e a História é que falarão e descobrirão o passado e o presente. E com a Sua autoridade mostrarão o que acontecerá em breve, com a restauração do domínio papal, ainda mais poderoso, e mais devastador e cruel como nos séculos passados, constrangendo as consciências, restringindo as liberdades e perseguindo e eliminando os seus adversários, todos os que se atreverem a colocar-se em seu caminho.

Em 1.798 este poder foi ferido de morte, quando a França de Napoleão Bonaparte destituiu o papa Pio Sexto, que morreu no exílio tempos depois. Pio VII, seu sucessor, perdera o poder exercido por mais de doze séculos. E em 1.870 o papado perdeu o seu reino, os Estados Papais, confiscados pela unificação da Itália. A partir de então os papas, como protesto, se declararam “Prisioneiros do Vaticano”.

Um rei sem reino não pode ser considerado legitimamente como um rei. Aquela ponta pequena estava, então definitivamente, ferida de morte, ferida esta que permaneceu durante cinquenta e nove anos aberta. Mas a profecia previa a sua cura e o restabelecimento do seu poder. Hoje toda a terra se maravilha com a sua restauração. E esta admiração se transformará em adoração, no futuro próximo. Para muitos, a adoração será espontânea, voluntária. Para outros, ela será imposta, sob pena de prisão e morte. Hoje isto parece absurdo, mas é o que a Palavra de DEUS adverte.

E o que DEUS anuncia, acontece. O que Ele promete, faz.