Resolveram atear fogo em alguém que supunham ser um mendigo. Mais do
que um mendigo, aquela pessoa era um pobre índio que chegara tarde à pensão em que se
hospedara, encontrando as portas fechadas. Não podendo prever o seu trágico destino, resolveu deitar-se em um ponto de ônibus, naquela que seria a sua última noite.
Movidos pela excitação os cinco jovens – um deles menor – jogaram combustível no corpo do índio e atearam-lhe fogo. Durante alguns breves minutos, que ao índio devem ter parecido uma eternidade, o seu corpo virou uma tocha humana.
Depois de uma agonia atroz, dores lancinantes e inimagináveis, aquele pobre ser humano veio a falecer, com 95% do corpo queimado, sendo a sua morte uma forma misericordiosa de terminar com o seu sofrimento. O mundo inteiro, repetimos, levantou-se – não sem razão – indignado contra este ato de barbárie e violência. Mas, aproveitando este tão infeliz episódio, bem que poderíamos aproveitá-lo para um instante de reflexão, no que diz respeito ao destino final dos homens ímpios, que não hão de herdar a salvação, a vida eterna.
Se considerarmos, num pensamento mórbido e inadequado, apenas para comparação, que aquele ser humano era apenas um índio, um índio pobre e que para aqueles rapazes que apenas queriam se divertir era apenas um estranho, e não o conheciam, ainda assim a nossa indignação permanece. Por mais impessoal que fosse a relação entre eles, por mais insignificante que fosse a vítima, tais razões não podem diminuir a dimensão do ato e nem a justa indignação que provocou.
Se esta indignação atingiu no mundo todo tal dimensão, o que não dizer da indignação de todo o Universo com relação a um tema intimamente relacionado com o dos jovens e do índio, em Brasília? O que desejamos, com todo o respeito para com este assunto sagrado, é estabelecer uma relação com o ato daqueles rapazes, e o ato de Deus, na condenação daqueles que não vão herdar a vida eterna.
A Bíblia Sagrada afirma categoricamente e disto temos a mais absoluta convicção, que Deus é amor. Está escrito: “Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor” (I João 4:8). Se a natureza humana se insurge e se revolta contra alguns rapazes irresponsáveis que ateiam fogo num estranho, que agoniza por uns breves minutos, o que não dizer de um pai que tivesse a coragem de praticar tal ato, não contra um desconhecido, mas contra um filho a quem professa amar? E se ao invés de queimá-lo por alguns minutos, apenas, ele o deixasse a queimar por toda a eternidade, perdido na mais absoluta e total desesperança? Qual filho em sã consciência poderia amar um pai assim? Ao invés de amor, teria ele infinito medo e pavor desse pai.
Como dizer que Deus é amor e imaginar que Ele pudesse ser capaz de cometer tal atrocidade com um filho que ama com terno amor? A doutrina do inferno eterno é a mais absurda e diabólica e a mais ofensiva de todas as doutrinas com que o Grande Rebelde procura retratar o caráter misericordioso do Pai Celestial. Satanás procura em sua obra de engano revestir com seu próprio caráter o caráter do Beneitor da humanidade.
Prezado leitor, leia a Bíblia com amor e com o sincero desejo de receber o conhecimento que Deus tem prá lhe oferecer. Medite sobre o amor que resultou na cruz e no Crucificado. Em Sua obra em favor do homem Jesus veio tão-somente revelar em Sua vida o caráter do Criador.
Nenhum comentário:
Postar um comentário