Terceira Parte - Origens: A Criação, a vida e a morte
Os primeiros capítulos da Bíblia se referem às origens. A
origem da vida na terra, a criação da natureza, dos animais e do homem. Tudo
foi criado para o homem - obra-prima de Deus - criado à Sua imagem e
semelhança. Ele foi criado perfeito e não deveria ter experimentado a morte,
que não existia no plano original de Deus.
Deus criou todas as coisas pelo poder da Sua Palavra: “Pela
Palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo Espírito
de Sua boca. Porque falou, e tudo se fez; mandou, e logo tudo apareceu” (Salmos
33:6 e 9). Uma única coisa não foi criada pelo poder da Palavra de Deus: O
homem. Não posso compreender a razão, mas ao criar o homem para dominar sobre
todos os seres que havia criado antes dele por Sua palavra, Deus o fez de forma
diferente.
Esculpindo um boneco do barro, Deus construiu o corpo do
homem como uma obra de arte. Depois, o divino Artífice assoprou no nariz de sua
obra de escultura o espírito ou o fôlego de vida. E aquela obra de arte foi
transformada em um ser vivo. Era o primeiro homem. Ou, como ensina a Bíblia
Sagrada, aquele boneco se transformara numa “alma vivente”, como está escrito: “E
formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o fôlego
da vida; e o homem foi feito alma vivente” (Gênesis 2:7). O propósito de Deus
era que sua descendência se multiplicasse e enchesse a terra de seres
perfeitos, felizes e imortais.
Também não compreendo o porquê do propósito divino, mas
todas as coisas na terra, os seres vivos e o ambiente para recebê-los, foram
criadas em sete dias literais. Os seis primeiros dias foram utilizados pelo
Criador para executar todo o Seu propósito, pré-existente em Sua sabedoria
infinita. As Escrituras Sagradas declaram: “Assim os céus e a terra, e todo o
seu exército foram acabados. E havendo Deus acabado no dia sétimo a Sua obra,
que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E
abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a Sua
obra, que Deus criara e fizera” (Gênesis 2:1-3).
Não se pode conceber a ideia de que Deus possa Se cansar ou
esquecer-Se ou Se arrepender de qualquer coisa, mas a Bíblia Sagrada utiliza
muitas vezes estas expressões para transmitir uma ideia do que Deus deseja que compreendamos,
na realização de Seus propósitos. Ao abençoar e santificar o dia sétimo Ele o
tornou um sinal de adoração para o primeiro casal e sua descendência. Era a
primeira instituição perpétua que lembrava à criatura o estupendo feito da
criação, que ela jamais deveria esquecer. A outra, o casamento: “Portanto
deixará o varão o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão
ambos uma carne” (Gênesis 2:24). Estas duas instituições têm a sua origem ainda
no Jardim do Éden.
Nada foi esquecido por Deus para a felicidade de Suas
criaturas. Ele proveu alimentação abundante e variada para todos os seres
criados, nos frutos da terra e na erva verde (Gênesis 2:29 e 30). O primeiro
casal era perfeitamente feliz. E uma única condição foi estabelecida pelo
Criador, para que a raça humana enchesse a terra e vivesse eternamente, sem ter
nem mesmo a propensão para o mal: “E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo:
De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do
bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gênesis
2:16 e 17).
Nenhuma das criaturas de Deus, em todo o universo e em
todos os tempos, foi criada para a morte. Todas foram criadas para a vida, que
é a bênção com que Ele compartilha a suprema felicidade com os seres que criou,
tendo como única motivação o amor. Deus é a fonte - a única fonte - da vida.
Toda a vida procede de Deus. Não existe relato de que tivesse havido morte
antes, em todo o universo. Daí, a solenidade da advertência.
Entretanto, o anjo rebelde que havia sido precipitado na
terra decidira frustrar o plano de Deus e empenhou-se em lançar em desgraça a
raça recém-criada. Satanás, o adversário de Deus, travestido numa serpente, conseguiu
enganar a Eva, induzindo-a ao erro, à desobediência, ao pecado. Dirigindo-se a
ela, perguntou-lhe: “É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do
jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos,
mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis
dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Então a serpente disse à mulher:
Certamente não morrereis.
Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e
sereis como Deus, sabendo o bem e o mal” (Gênesis 3:1-5).
Existe um profundo abismo entre o que Deus afirmou e o que
Satanás atrevidamente contestou. Deus disse: “Certamente morrerás”! Satanás contradisse as palavras do
Senhor, afirmando: “Certamente não
morrereis”! Quem estava falando a verdade? O próprio Senhor Jesus disse
claramente que Satanás é “mentiroso e pai da mentira” (João 8:44). Então por
que será que a maioria das pessoas no mundo, ainda hoje, continua acreditando
nas palavras do diabo e desprezando as palavras de Deus?
Deus, que não muda e não mente, continua a dizer por meio
de Sua Palavra, as Santas Escrituras: “A alma que pecar, essa morrerá”!
(Ezequiel 18:4 e 20).
E dos púlpitos da cristandade, em todo o mundo, ainda
hoje ecoam as palavras de Satanás: “Certamente não morrereis. Ou, a alma que
pecar ou que transgredir a lei, que desobedecer, certamente não morrerá; ela
viverá eternamente – em gozo ou sofrimento – no céu ou no inferno”! Foi o
grande enganador que proferiu o primeiro sermão sobre a imortalidade da alma
que, repousando unicamente em sua mentira, é pregado dos púlpitos da
cristandade e é aceita pela maior parte da humanidade como o foi pelo primeiro
casal. Isto nada mais é do que a firme contradição ao que Deus afirmou.
Pela desobediência, o primeiro casal acarretou sobre si e
sobre toda a terra a maldição do pecado, a corrupção e a morte. Realmente as
palavras de Satanás se cumpriram no que diz respeito a terem os desobedientes
os seus olhos abertos, mas para discernir a sua loucura. Comendo do fruto
proibido o casal perdeu a imortalidade prometida. Deus declarou que, como pena
do seu pecado, o homem voltaria à terra, donde fora tirado: “No suor do teu
rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porquanto dela foste
tomado. Porquanto és pó, e em pó te tornarás” (Gênesis 3:39).
Não podemos senão nos admirar do estranho fascínio que tão
crédulos torna os homens com relação às palavras de Satanás e tão incrédulos
com respeito às palavras de Deus. Unicamente por meio de Jesus, o Cordeiro de
Deus, a imortalidade pode ser obtida. O próprio Senhor afirmou: “Aquele que crê
no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida”
(João 3:36).
Deus não abandonou seus filhos à condenação da morte
eterna. Mesmo tendo que morrer em consequência da condenação pelo pecado,
foi-lhes prometida nova oportunidade para viver. Mas o preço que teria que ser
pago pelo pecado seria caríssimo. Era a vida do próprio Criador.
Segunda parte - Big Bang, o Início do Universo?
A Bíblia começa assim: “No princípio criou Deus os
céus e a Terra” Gênesis 1:1. Acredito que esta frase
expresse dois momentos: A criação do Universo, numa ação
primária, original, que a ciência chama de Big Bang,
também conhecida em português por Grande Explosão, que é a teoria cosmológica
dominante do desenvolvimento inicial do universo. E num segundo
momento, bilhões de anos depois, a criação da vida na terra
e do ambiente para recebê-la,
em suas diversas formas e espécies.
Em termos
matemáticos é impossível a grande explosão nomeada Big Bang por geração espontânea, sem uma causa para o seu efeito e
sem parâmetros que a justificassem. Não podemos também explicar a natureza e a
existência de Deus, como Autor do Big
Bang. Nos dois casos precisamos acreditar num fator que foge à razão, a que
podemos chamar de fé. Vou exercitar
a fé no primeiro caso, atribuindo a Deus a autoria da criação do universo, sem
me deter em outros questionamentos de natureza filosófica ou de qualquer outra
natureza.
É difícil
afirmar com segurança quando se deu esta grande explosão, mas isto não tem
muita importância para este estudo. Suponhamos que ela tenha ocorrido há,
digamos, cerca de 13,5 bilhões de anos, como estima a ciência. A partir daí,
então, vieram à existência as dimensões conhecidas, como a matéria, o tempo e o
espaço – suas leis rígidas, fixas, imutáveis, que as regem - e possíveis
dimensões que não conheçamos.
Se existe
Deus e se ele é o Criador, necessariamente Ele é superior à matéria e não pode
estar sujeito a qualquer outra dimensão por ele criada.
Entretanto,
o Ser que Se revela na Bíblia é justo e misericordioso em Sua essência e tem um
caráter imutável, baseando seu governo em princípios e leis também imutáveis,
tanto as físicas como as morais.
Existem,
somente no Universo conhecido, bilhões de galáxias. Cada galáxia possui bilhões
de estrelas, com seus planetas e satélites girando, todos, em torno do núcleo
central do Universo, Capital desse Reino universal, que chamamos de Céu e onde
está o palácio do Grande Rei.
Existe
vida inteligente e imortal em todo o Universo. Deus tem exercido o seu atributo
de Criador, proporcionando vida e felicidade a incontáveis seres
resplandecentes, compartilhando com Suas criaturas o maravilhoso dom da vida.
A Bíblia
chama de anjos e mensageiros de Deus àqueles seres que habitam na Capital do
Seu reino universal e são os encarregados de executar a Sua vontade e
propósitos, a administração do Seu governo em todo o Seu vasto império.
A Bíblia
conta que a paz e pureza do Universo foram quebrantadas pela rebelião de um
anjo, o mais poderoso, o mais inteligente e o mais honrado de todos eles,
chamado de Lúcifer, o “Portador de Luz.” A Bíblia afirma que ele era chamado de
“Estrela da manhã, filha da alva” e que ele era cheio de sabedoria e perfeito
em formosura, coberto de pedras preciosas preparadas no dia festivo em que foi
criado. Ele era um querubim ungido e assistia diante do trono de Deus, ocupando
na hierarquia celestial o lugar imediatamente abaixo do Ser que foi chamado de
Jesus quando esteve aqui na Terra. (Isaías 14:12; Ezequiel 28:12-15).
Desejando
ocupar o lugar do Filho de Deus, rebelou-se contra o Altíssimo, acusando Sua
lei de injusta, Seu governo de autoritário e restritivo das liberdades. Desejou
exaltar um trono acima de todos os anjos, em direto desafio ao Criador. (Isaías
14:13-14; Ezequiel 28:17).
“E houve
batalha no céu: Miguel (Cristo) e os Seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhava
o dragão, e os seus anjos; Mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou
nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o
Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os
seus anjos foram lançados com ele”. Apocalipse 12:7-9.
A
referência a Satanás como a antiga serpente está no início da história do homem
na Terra, quando o anjo rebelde incorporou-se mediunicamente numa serpente e
causou a queda do primeiro casal (Gênesis 3:14-15). Este será o tema do próximo
assunto.
Ao ser
precipitado na Terra Satanás deu início à sua obra em frustrar o propósito de
Deus de povoar o nosso mundo com seres perfeitos, puros e imortais, na Terra
recém-preparada para receber a raça humana. Este é o paraíso mencionado na
Bíblia, o Éden preparado por Deus relatado na Bíblia, para abrigar nossos
primeiros pais e sua descendência.
Este
seria, então, o mundo sem inimizade, egoísmo, maledicência, orgulho, inveja,
ciúme e disputas... Um mundo sem pecado!
Primeira Parte - Introdução
Imagine um mundo sem inimizade,
egoísmo, maledicência, orgulho, inveja, ciúme e disputas... Um mundo sem
pecado!
Pense em um
mundo em que todos fossem amigos sinceros e que se amassem cordialmente,
desejando cada um o melhor para o outro e todas as pessoas fossem puras,
sinceras e verdadeiras, e onde não existisse nelas o engano e a mentira, nem
mesmo a tendência para o mal, que seria repudiado por todos...
Acrescente
ainda se não existisse nele pobreza, doença, velhice e morte. E que o seu
supremo governador fosse juiz justo e misericordioso e que tivesse como
propósito maior o supremo bem e a completa felicidade dos seus governados a
quem amasse como filhos diletos!
Um mundo como
este parece uma utopia, não é verdade? Mas não é. Ele existe na imensa vastidão
do cosmo infinito. Apenas o nosso pequeno planeta azul é como “a ovelha
perdida” da parábola de Jesus e serve como palco e ensino para todos os seres
inteligentes do Universo.
O ideal do
Criador para a Terra e seus habitantes foi subvertido e nosso mundo se
transformou na condição lastimável que contemplamos hoje. Mas como e por que as
coisas aconteceram assim? É possível dar uma explicação racional e lógica que
possa ser entendida ou pelo menos estudada por pessoas inteligentes e racionais?
A Bíblia
Sagrada oferece esta explicação. Mas, surpreendentemente ela nem sempre caminha
no mesmo sentido das crenças tradicionais, de ensinos de religiões populares e diverge
de algumas teorias científicas. Mas ao final você verá que não existe conflito
entre a verdadeira religião e a verdadeira ciência, pois ambas têm o mesmo
Autor.
Se você tiver
a paciência eu terei o prazer de tentar explicar o que, na realidade, não é tão
complicado. O maior problema é que esse tema tem sido muitas vezes manipulado
por interesses diversos e sofre ferrenha oposição quando eles são contrariados.
É ínfima a
porcentagem das pessoas que aceitam estudar assuntos que podem modificar
ensinamentos antigos e profundamente enraizados, mesmo que errados. Mas é
importante saber que a religião ensinada por Jesus Cristo nunca foi uma
religião popular e cômoda. Ela ensina a renúncia de muitos comportamentos e
tradições que hoje caracterizam as religiões tradicionais, acostumadas ao
poder, riqueza e honra mundanos.
Pessoas e instituições
modificam e interpretam à sua maneira muitos textos bíblicos, dando-lhes
sentido diferente do original, o que inevitavelmente leva à incredulidade,
incoerência e confusão. Se a verdade bíblica tem um mesmo autor não se concebe
que haja divergência em seus conceitos. Se houver erro, ele está nos seus
intérpretes.
“Examinai as
Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de Mim
testificam”. Estas palavras foram proferidas por Jesus e estão no Evangelho
Segundo S. João (5:39). Quando foram pronunciadas não existia o Novo
Testamento, que somente começou a ser escrito mais de trinta anos depois. Isto
é um indicativo seguro de que as Escrituras a que Ele se referia eram o que nós
conhecemos hoje como Antigo Testamento.
É necessário
que fique bastante claro que o Novo Testamento é um relato da vida e obra de
Jesus, anunciados no Antigo Testamento e resumidos nos quatro evangelhos e nas
experiências dos seus discípulos e seguidores, relatados nos atos dos
apóstolos, nas diversas cartas de orientação enviadas por diversos deles e no
livro da Revelação, comumente chamado no Brasil de Apocalipse.
É importante
esclarecer que hoje a Bíblia está dividida em capítulos e versículos, que
facilitam o seu estudo e memorização. Não existia esta separação e nem havia
pontuação ou acentos, no texto original. Eles foram sendo incluídos e
incorporados, ao longo do tempo, nas diversas traduções para diferentes idiomas.
Muitas interpretações diferentes foram dadas a um mesmo texto, para atender ao
entendimento dos tradutores ou aos seus interesses.
Apenas como
exemplo preliminar, cito a palavra “inferno”, que não existe no original
bíblico. Ela foi emprestada da cultura pagã e definitivamente incorporada ao
vocabulário bíblico pela romanização do cristianismo, como pretendo detalhar
mais adiante.
Fiz estas
considerações para afirmar que este estudo será baseado somente na Bíblia
Sagrada e na História Universal. E o grande propósito é tentar explicar o maior
mistério que assombra e angustia os seres humanos: a natureza do homem e a vida
além da morte, bem como falar sobre a restauração do propósito original de Deus
e a reintegração do homem e da Terra no Seu Reino Universal.
Evangelho é uma palavra de origem grega e que significa "Boas
Novas". Ela representa as boas novas da salvação e da revelação do
imensurável amor de Deus por Seus filhos, criados à sua imagem e semelhança.
Ele é eterno porque é imutável, e existe desde os tempos da
eternidade, quando esteve oculto até a revelação do mistério da iniquidade,
do pecado, da rebelião de Lúcifer, da queda do homem e da sua restauração
pelo sacrifício da cruz.
A cruz paga o preço do pecado. O Criador veio a este mundo, onde foi
chamado de Jesus, desmentiu a acusação de Satanás e retornou ao local de onde
veio. Em breve Ele voltará para terminar Sua obra de restauração iniciada no
Calvário.
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