terça-feira, 17 de junho de 2014

A IGREJA DE LAODICEIA-SÉTIMA CARTA DE JESUS

“E diz Efraim: Contudo eu tenho-me enriquecido, tenho adquirido para mim grandes bens. Em todo o meu trabalho não acharão em mim iniquidade alguma que seja pecado”. (Oseias 12:8).

Pobre Efraim moderno! Não sabe a miséria espiritual em que se encontra.
Os capítulos 2 e 3 do Livro do Apocalipse relatam toda a história do cristianismo, desde quando Jesus retornou ao Céu e comissionou os Seus discípulos para a árdua missão de levar a mensagem do Evangelho Eterno a todo o mundo e em todos os séculos, até aos dias que Ele prometeu retornar para completar o Seu plano de resgatar a humanidade do domínio do pecado e da morte. A carta à simbólica igreja de Laodiceia é a sétima e última, e é destinada aos que vivem nos dias de hoje. Os avisos,  repreensões  e conselhos de Jesus estão todos contidos no breve mas significativo  texto profético que deve ser levado a sério por todos os que têm a esperança da vida eterna, tão real e tão próxima.




LAODICEIA, A SÉTIMA IGREJA

Significado: “Juízo do Povo ou Povo do Juízo”

Período: Início do Juízo celestial – 1844 – até à volta de Jesus – (?) Breve –Maranata!

“Igreja do Fim”

Texto bíblico:

Apocalipse 3:14-22 - E ao anjo da igreja que está em Laodiceia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus (14). Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente: oxalá foras frio ou quente (15)! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da Minha boca (16). Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu (17); Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e vestidos brancos, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio, para que vejas (18); Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: sê pois zeloso, e arrepende-te (19). Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo (20). Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no Meu trono, assim como Eu venci, e Me assentei com Meu Pai no Seu trono (21). Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas (22).

Nunca houve tanto conhecimento da Palavra de Deus como no último período da igreja cristã, que é identificada na carta a Laodiceia. As verdades do Evangelho Eterno, reveladas, entendidas e multiplicadas, foram se avolumando ao longo do tempo e se acumularam em grande bênção para o povo do tempo do juízo, a igreja de Laodiceia.

No começo desse período se cumpriu a promessa feita por Deus, por intermédio do profeta Isaías, de ligar novamente o “espírito de profecia”, ou seja, de restabelecer o dom profético que esteve durante tantos séculos de trevas e apostasia excluído do Seu povo. Assim afirmou o Senhor: “Liga o testemunho, sela a lei no coração dos meus discípulos” (Isaías 8:16).

Ora, a lei de Deus havia sido pisada e as Suas verdades jogadas por terra pelo poder que as Sagradas Escrituras chamam de “Abominação da Desolação”, que fizera isso e havia prosperado (Daniel 8:11-12). Quando o profeta perguntou até quando o Senhor iria permitir que prevalecesse esse estado de coisas, com sua verdade no chão, foi-lhe respondido que, 2.300 anos depois de uma data estipulada, isso iria acontecer (Daniel 8:14 e 9:25). A data em que isso se cumpriu foi o dia 22 de outubro de 1844. A partir dessa data “o santuário seria purificado”, começaria o juízo celestial e a verdade começaria a ser restabelecida.

Os “lugares antigamente assolados” seriam reedificados, os fundamentos da verdade restaurados, por aqueles que a Bíblia chama de “restauradores dos caminhos e veredas”. Estes são os que desviam o pé do “Meu santo dia, e chamam ao sábado deleitoso e santo dia do Senhor, digno de honra, e o honram, não fazendo a própria vontade nele e nem falando as próprias palavras” (Isaías 58:12-13).

Quem são, quando e onde fariam esta obra? Deus responde pelo mesmo profeta:

São aqueles que guardam o concerto do Senhor, todo homem que se guarda de profanar o sábado. São os “filhos dos estrangeiros”, os gentios – aqueles que não são judeus – “que se chegarem ao Senhor, para O servirem, e para amarem o nome do Senhor, sendo deste modo servos seus, todos os que guardarem o sábado, não o profanando, e os que abraçarem o Meu concerto” (Isaías 56:2-6). A promessa para estes é de que serão levados e festejados ao Santo monte do Senhor, à Sua santa casa – a Nova Jerusalém – e cavalgarão as alturas da Terra, a Nova Terra, recebendo a eterna herança prometida, porque esta é uma promessa provinda “da boca do Senhor”. (Isaías 56:7; 58:14).

A mensagem para esta igreja é a do “outro anjo” que João viu, simbolizando os que teriam a sagrada incumbência de levar a todo o mundo a sublime mensagem de restauração da lei do Senhor, e da advertência para o julgamento que começara no Santuário Celestial: “Temei a Deus, e dai-Lhe glória, porque vinda é a hora do Seu juízo. E adorai Aquele que fez o Céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas” (Apocalipse 14:6-7). Não tem como não associar essa mensagem com o sábado bíblico. As palavras são idênticas, textuais, às do sagrado mandamento, desde quando foram primeiramente instituídas por Deus no Éden, na criação, e quando, depois de 2.560 anos, foram escritas com o Seu próprio dedo, em tábuas de pedra, no Sinai:

Gênesis 2:1-3 – Assim os céus e a terra e todo o seu exército foram acabados (1). E havendo Deus acabado no dia sétimo a Sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a Sua obra, que tinha feito (2), E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a Sua obra, que Deus criara e fizera(3).

Êxodo 20:8-11 – Lembra-te do dia do sábado, para o santificar (8). Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra (9); mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas (10). Porque em seis dias fez o Senhor os céus, e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou (11).

É muito claro o chamado para a adoração ao Criador, através da observância do Seu dia de guarda, identificado na Bíblia como sendo “o Seu sinal” (Êxodo 31:13, 17; Ezequiel 20:12, 20). Ele está em clara e direta contraposição à adoração da “Besta e à sua imagem”, pela observância do sábado espúrio, o primeiro dia da semana, que é considerado “o sinal de sua autoridade”; autoridade que supostamente lhe fora dada até para mudar a sagrada lei de Deus.

Houve um doloroso desapontamento entre todos os que participaram do movimento que anunciou o advento de Jesus e ele não aconteceu. A maioria, frustrada e decepcionada, abandonou o movimento e renunciou à fé. Outros continuaram marcando datas para a volta de Jesus e se dispersaram ou se dividiram em várias correntes diferentes. Muitos, no entanto, perseveraram, sabendo que a profecia era autêntica e real, e que provinha de Deus. Reconheceram que haviam errado o evento, mas que a data apontava claramente para algo dirigido por Deus.

Reconheceram que o Santuário a ser purificado não era a Terra, com a vinda de Jesus e a sua purificação com fogo, mas que o evento que devia ser cumprido pela profecia estudada era aquele que era tipificado e simbolizado no santuário terrestre, no ritual levítico. Então tudo ficou claro e coerente e puderam compreender o seu erro em ignorar uma afirmação pétrea registrada nos evangelhos: “Porém daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas unicamente Meu Pai” (Mateus 24:36; Marcos 13:32).

Compreenderam, também, que depois da grande decepção e frustração por causa do advento de Jesus que não aconteceu na data marcada, como fora anunciado e esperado, a mensagem correta deveria ser novamente pregada ao mundo todo. Eles deveriam levar a mensagem do Juízo e da restauração do “Evangelho Eterno” e “profetizar outra vez a muitos povos, e nações, e línguas e reis” (Apocalipse 10:11; 14:6).

Esse grupo de pessoas ficou conhecido pelo nome de “adventistas” por pregarem o advento de Jesus.  Eles vieram de muitas denominações religiosas diferentes, se uniram na pregação dessa sagrada mensagem e no ano de 1863 oficializaram a instituição que recebeu o nome de Igreja Adventista do Sétimo Dia. A expressão “sétimo dia”, incorporada ao nome da instituição, é uma referência ao sábado bíblico da Criação, o sétimo dia da semana.

Esta é a única instituição religiosa no mundo que se originou de um movimento profético. Ela é que representa o anjo da igreja que está em Laodiceia. Desde a sua fundação tem sido seu propósito levar ao mundo as mensagens de restauração das doutrinas bíblicas pervertidas pela Jezabel papal e hoje seguidas, obedecidas, compartilhadas e ensinadas por grande parte do mundo religioso ocidental, principalmente as chamadas igrejas protestantes, evangélicas ou neopentecostais.

Estas mensagens restauradoras são as que estão simbolizadas por três anjos vistos por João, com três mensagens específicas para o mundo. A primeira é a da vinda do juízo e da chamada para adoração ao Criador, pela aceitação e restauração do Seu dia de guarda, mensagem que teve início no ano de 1844. A segunda é a da queda moral de “Babilônia”, a mãe da confederação religiosa liderada por Roma e seguida por suas “filhas cristianizadas”, pela rejeição, naquela época, da primeira mensagem.

A terceira é a advertência sobre a condenação impendente sobre os que, deixando a adoração a Deus, preferirem a adoração à “besta”, representada pelo bispo de Roma e a sua imagem. Esta imagem, a imagem da besta, é algo semelhante a ela, pelo perfil autoritário e intolerante. Como a Roma papal da Idade Média, o movimento religioso americano liderado por protestantes e católicos influenciará o governo dos Estados Unidos da América a implantar um decreto que logo terá abrangência mundial, impondo a todos a obrigatoriedade da guarda do primeiro dia da semana, sob pena da perda dos seus direitos civis e de cidadania.

O primeiro dia da semana, que no paganismo do passado era o dia de guarda dos adoradores do deus sol, e que era conhecido por dia do sol, será imposto por legislação civil como obrigação legal.

A Grande Babilônia é a igreja de Roma. As suas filhas são as que acatam algumas das doutrinas da “mãe das prostituições e das abominações da Terra”, toda forma de religião que toma o nome de Cristo, mas rejeita guardar os Seus mandamentos e cumprir a Sua justiça.

Os que estão em Laodiceia são aqueles que a Bíblia identifica como os que “guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus”, sendo por isso Suas testemunhas (Apocalipse 12:17; 14:12).

Em que pese o seu chamado e o sagrado depósito que recebeu, nenhuma das sete igrejas foi tão duramente advertida e tão severamente aconselhada pelas cartas de Jesus, como Laodiceia. Acusada de mornidão - esta condição é simplesmente desesperadora -, pois os que assim estão não podem discernir a sua extrema situação de necessidade e vivem um estado de ilusório privilégio. Caso permaneça a mornidão – e a advertência é individual, dirigida a pessoas – o resultado será eterna perdição. As pessoas serão “vomitadas” por Jesus, excluídas do reino de Deus, mesmo acreditando estarem salvas. Existe verdadeiramente o sério risco de não acordarem a tempo e de eterna perda, por causa do seu orgulho.

Rico, enriquecido, não tem falta de nada: Eles guardam os mandamentos de Deus, inclusive o sábado do sétimo dia; foram batizados na igreja da profecia e têm os seus nomes inscritos em seus registros; podem até ter deixado práticas nocivas à saúde e ter-se abstido de alimentos que a Bíblia não recomenda; participam dos cultos aos sábados e em outras ocasiões; devolvem dízimos e ofertas, mas não têm o essencial: a comunhão plena que vem com a oração; e a aflição da alma, o choro íntimo, por sua real condição diante de Deus. Pode existir aparência exterior, mas a pouca oração revela a falta da verdadeira piedade cristã. A sua salvação não pode provir do que eles fazem, mas sim do que eles são, ou melhor, do que eles se tornaram pelo poder do Espírito Santo em suas vidas.

Desgraçado: É uma palavra terrível e forte, que revela a falta da graça, que é o título para o Céu, e a garantia da salvação. Quem não tem a graça está perdido. Esta é, infelizmente, a condição da maioria dos que estão na igreja de Laodiceia, a sétima e última destinatária das cartas de Jesus. Desgraçado é o mesmo que perdido.

Miserável: É a condição de extrema pobreza espiritual das pessoas que pensam que estão fartas, bem nutridas, mas padecem de uma doença espiritual crônica. Cumprem-se em nossos dias as palavras de Deus registradas por Seu profeta: “Será também como o faminto que sonha que está a comer, mas acordando, sente a sua alma vazia; ou como o sequioso que sonha que está a beber, mas acordando, eis que ainda se acha desfalecido, e a sua alma com sede” (Isaías 29:8).

Muitos infelizmente encontram-se na condição que Jesus identificou, e que se não atenderem ao Seu terno convite, certamente ouvirão de Seus lábios as terríveis palavras: ”Nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim” (Mateus 7:23; 25:41). Não será sem surpresa que receberão essa condenação.

Pobre: É quase a mesma coisa que miserável. Pensam ter, mas não têm.

Cego: É a situação dos que acreditam conhecer toda a verdade, interpretar todas as profecias e possuir todo o conhecimento da Bíblia. Na verdade ensinam teorias e muitas delas bizarras, “nostradamizando” as profecias sagradas de Deus. A maior parte das interpretações tradicionais das profecias de Daniel e Apocalipse que são hoje ensinadas pelas publicações, emissoras e púlpitos tiveram origem com os pioneiros, há quase dois séculos. Naquela ocasião muitas dessas profecias ainda estavam “fechadas e seladas” e não poderiam ainda ser compreendidas.

Para não ficarem sem explicação deram-se interpretações muitas vezes esdrúxulas e absurdas, que nem um pouco se parecem com a realidade profética nelas contidas. Repassadas de geração em geração elas são acatadas e nada acrescentam ao conhecimento essencial, antes provocam grande prejuízo espiritual, por sua irrelevância e pela falsa segurança que evocam.

Essas falsas interpretações são muitas vezes defendidas ferozmente como se fossem verdades inatacáveis. São interpretações tradicionalmente acatadas por pessoas ilustres que, mesmo bem intencionadas, ensinam o erro. Mas estas falsas teorias não são interpretações oficiais da igreja. Pessoas eruditas, mestres e doutores, são honradas por discorrerem garbosamente sobre temas sagrados sem o respeito a eles devido, ignorando as severas advertências para os que ensinam o erro, omitindo ou acrescentando coisas estranhas ao propósito divino (Apocalipse 22:18-19).

Profecias que iluminam o futuro, mostrando os acontecimentos finais dos últimos dias, são interpretadas como se mostrassem o passado remoto, destituído de significado. E as multidões na igreja ficam a dormir, embaladas em uma falsa segurança, desinformadas da sua grande e premente necessidade. Os acontecimentos medievais devem ser completamente descartados da interpretação profética do livro de Apocalipse. Não se deve confundir a futura hegemonia papal e o período do seu segundo domínio como se fosse o poder que Roma exerceu no passado. Os períodos são distintos e não devem ser confundidos, pois são completamente diferentes, apesar das semelhanças que apresentam.

Ellen G. White, a mais notável das beneficiárias do poder com que o Espírito Santo dotou essa igreja remanescente ao religar o Espírito de Profecia, reconheceu com humildade e coragem a sua carência, quando já idosa escreveu em 1892:

“Temos muitas lições a aprender, e muitas, muitas a desaprender. Unicamente Deus e o Céu são infalíveis. Os que pensam que nunca terão de desistir de um ponto de vista acariciado, nunca ter ocasião de mudar de opinião, serão decepcionados. Enquanto nos apegarmos às próprias ideias e opiniões com determinada persistência, não podemos ter a unidade pela qual Cristo orou”. (Review and Herald, 26 de julho de 1892, Texto repetido e publicado nos seguintes livros: Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, pag. 30; Mensagens Escolhidas, Vol. 1, pag. 37; A Igreja remanescente, pag. 26; Vida e Ensinos, pag. 203).

Se tivermos muitas lições a aprender é porque não aprendemos tudo. E se temos muitas mais a desaprender, obviamente é porque muitas das lições que foram aprendidas estão erradas. A clareza do texto não dá margem a outro entendimento.

Julgando suficiente pertencer à igreja verdadeira, as pessoas descansam numa falsa segurança e caminham despreocupadamente em direção ao abismo e à ruína eterna. Não conseguem discernir sua real necessidade e displicentemente dormem como as virgens néscias da parábola de Jesus. É dramática a afirmação que Ellen G. White faz desse povo e dessa época, o nosso povo e a nossa época:

É uma solene declaração que faço à igreja, de que nem um entre vinte dos nomes que se acham registrados nos livros da igreja, está preparado para finalizar sua história terrestre, e achar-se-ia tão verdadeiramente sem Deus e sem esperança no mundo, como o pecador comum”. (Serviço Cristão, pag. 41, citado em Eventos Finais, pag. 149).

Um em cada vinte equivale a uma proporção de cinco por cento, ou seja, de cada cem pessoas, menos de cinco estão preparadas, e mais de noventa e cinco acham-se verdadeiramente perdidas, mesmo dentro da igreja de Deus. Terrível e assombrosa constatação, que deve ser levada a sério por todos, antes que seja tarde demais.

Agora, uma reflexão necessária: Quem são os principais responsáveis por este estado de coisas e a quem cabe a principal parcela de culpa por esta situação? Ah! Os falsos pastores, os líderes não consagrados! Que grande responsabilidade pesa sobre os seus ombros! Como os antigos guias judaicos do tempo de Jesus, muitos são sábios aos seus próprios olhos, honrados, satisfeitos e orgulhosos, não discernem a real situação, sua e da igreja que dirigem. Dizem que está tudo bem, quando nada está bem, realmente! Não dão à trombeta o sonido certo, não entram no Reino de Deus e impedem os que estão entrando, de entrar. Preocupam-se, muitas vezes, em fazer números, atingir alvos e metas, batizar pessoas indiscriminadamente, sem o devido preparo, orientação e posterior acompanhamento.

 E depois de registrados e contados na igreja como número, são quase que abandonados e ignorados à própria sorte. Repete-se a história de dois mil anos atrás, nas palavras de Jesus: “Ai de vós! Pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós. Ai de vós, condutores cegos!” (Mateus 23:15-16).

Não existe nestas palavras o propósito de acusar, julgar ou condenar ninguém. Cada um deverá responder por seus atos, diante de Deus. Mas se elas servirem para despertar alguém para a sagrada obra que está sob sua responsabilidade e para dela se desincumbir com fidelidade e amor, o seu propósito estará realizado.

Ocorre o fato de que a repreensão e os avisos dados, em vez de provocar o arrependimento, a reforma e mudança de atitude, não raro despertam a ira e provocam ressentimentos e retaliação. Tem acontecido assim no passado e a história se repete, muitas vezes. É o que assegura Ellen G. White, ao advertir sobre o futuro da igreja, e da mensagem que irá provocar uma “sacudidura” nela, ou o que chama de “joeiramento”, a separação entre o joio e o trigo, antes da volta de Jesus:

"Temos muito mais a temer de dentro do que de fora. Os obstáculos à força e ao êxito são muito maiores da parte da própria igreja do que do mundo. Os incrédulos têm direito de esperar que os que professam observar os mandamentos de Deus e ter a fé de Jesus, façam muito mais que qualquer outra classe para promover e honrar mediante sua vida coerente, seu exemplo piedoso, sua influência ativa, a causa que representam. Mas quantas vezes se têm os professos defensores da verdade demonstrado o maior entrave ao seu progresso! A incredulidade com que se contemporiza, as dúvidas expressas, as sombras acariciadas, animam a presença dos anjos maus, e abrem o caminho para a execução dos ardis de Satanás”. (Mensagens Escolhidas, vol. 1, pág. 122; Ref. em Eventos Finais, pag. 156-Destaquei).

Nu: Resta ainda a condição de nudez dos membros da igreja de Laodiceia. O que significa isso? A justiça de Cristo é representada por vestes que não foram tecidas nos teares da Terra. Somente com esta roupa é que o homem pode apresentar-se diante do Tribunal do Juízo de Deus, para ser justificado pelas perfeitas obras de Jesus. Mas rejeitando estas, preferem as vestes rotas de sua justiça própria. Estes são os que são representados no banquete da parábola de Jesus, e serão dele expulsos. Muitos são chamados, mas a maioria não aceita as condições para ser admitido nas bodas do Cordeiro (Mateus 22:1-14).

Mas a carta não fala apenas de dureza, condenação e repreensão. Ela fala também de misericórdia e esperança. Ela fala de salvação e poder, porque é desse povo que vão surgir aqueles que serão os verdadeiros representantes de Deus no período mais agudo da rebelião e do pecado. Serão eles que irão testemunhar, para os anjos e para todo o Universo, da justiça do Criador. Eles serão as suas testemunhas e irão responder ao chamado de Deus e reivindicarão a Sua justiça perante toda a comunidade Universal.

Ao viver uma vida de perfeita obediência aos mandamentos da lei de Deus depois que Jesus sair do Santuário Celestial, terminado o Juízo no Céu e encerrada toda a oportunidade de salvação, estarão dando uma resposta conclusiva de que é possível, sim, ao homem, viver em perfeita harmonia com a lei que é uma transcrição do caráter do Senhor.

A carta fala também do conselho e da ternura do Pai e convida ao arrependimento e à reforma de vida. Tudo que Jesus recomenda que seja comprado é sem preço. É uma compra sem dinheiro. É a manifestação da misericórdia e da graça divina.

Ouro provado no fogo, para enriquecer de verdade: O que é o ouro provado no fogo?

O ouro provado no fogo é a fé que opera por amor. Somente isto nos pode pôr em harmonia com Deus. Podemos ser ativos, podemos executar muito trabalho; mas sem o amor, amor como o que há no coração de Cristo, nós jamais podemos ser contados na família celestial”. (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, pag. 158).

Vestidos brancos, para não aparecer a vergonha da nudez: É o título para o Céu. São as perfeitas obras de Jesus, representadas por Suas resplandecentes vestes de Justiça, apresentadas diante do Tribunal de Deus, em lugar dos nossos “trapos da imundícia”, a nossa pobre justiça própria, por mais bem intencionadas que sejam as nossas boas obras (Isaías 64:6). A nossa redenção custou um preço caríssimo que só pode ser avaliado na eternidade (Salmos 49:8).

Colírio, para enxergar: É o discernimento espiritual, que só pode ser adquirido com a sabedoria que vem do Céu, com a humildade do Espírito e o desapego do lixo acumulado pelas tradições e superstições. Quando deixados de lado o orgulho, o desejo de exaltação própria, as ambições por honrarias humanas os olhos são abertos e o conhecimento jorra fazendo as pessoas sábias para a salvação. Estão prontas para receber e compartilhar os tesouros do Céu, como instrumentos nas mãos de Deus.

Repreensão de amor: Como um pai castiga ao filho que ama assim o Senhor castiga aos Seus filhos a quem Ele ama com amor incompreensível para mentes e corações humanos. Ele não tem prazer no sofrimento desses filhos, mas tudo fará para livrá-los da condenação da morte, ainda que para isso tenha que afligi-los contrafeito e entristecido. Essa imagem está sobejamente registrada no Livro Sagrado: Deuteronômio 8:5; Provérbios 3:12; 19:18; 22:15; 23:13-14; 29:15, 17; Hebreus 12:7.

Jesus está batendo à porta: Jesus afirmou que o Seu corpo verdadeiramente é comida e que o Seu sangue verdadeiramente é bebida. Isto é inteiramente simbólico e nada tem a ver com a terrível abominação que é a doutrina papal da transubstanciação, que afirma ser a Eucaristia o corpo real e o próprio sangue de Jesus. O significado real do que a Escritura ensina é que precisamos de íntima ligação com Jesus, por meio do Espírito Santo, que é o Seu representante aqui na Terra. Podemos e devemos viver a Sua vida e deixar que Ele viva em nós, como aconteceu com o apóstolo Paulo, quando de coração pode afirmar: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a Si mesmo por mim (Gálatas 2:20);

A vitória do remanescente: Não são todos e nem são muitos os que, entre o povo de Laodiceia, serão vencedores. “Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, só um resto se converterá; só o remanescente será salvo” (Isaías 10:22; Romanos 9:27). O que ouvir a repreensão e o conselho da Testemunha Verdadeira e aceitar o Seu jugo é que se assentará com Jesus e participará do Seu reino eterno.

Agora é o dia e a hora da decisão, como alerta o profeta: “Multidões, multidões no vale da decisão! Porque o dia do Senhor está perto, no vale da decisão. O sol e a lua se enegrecerão, e as estrelas retirarão o seu resplendor” (Joel 3:14-15).

Os de Laodiceia são hoje mostrados no Livro de Deus como sendo ossos muito numerosos e sequíssimos, num vale que estava cheio de ossos secos. Esse é o vale da decisão. Mas O Espírito de Deus assoprado sobre eles vai transformá-los em um exército grande e poderoso - o Seu exército. Revestidos de toda a armadura de Deus, firmes contra as astutas ciladas do diabo, lutando não apenas contra a carne e o sangue, mas também contra os príncipes das trevas, contra as hostes espirituais da maldade (Ezequiel 37:1-11; Efésios 6:11-12), serão mais que vencedores. É uma promessa maravilhosa!

Por isso é que durante o tempo que se chama Hoje é necessário que se exortem, uns aos outros, para que porventura nenhum se veja endurecido pelo engano do pecado, ao ouvir a voz do Espírito, esquecida a promessa do Reino futuro, sendo deixado para trás (Hebreus 3:13, 15 e 4:1).

Muitos dos que hoje dormem na mornidão laodiceana, mas que têm guardado o azeite do Espírito em suas lâmpadas, acordarão com o alto clamor da convocação do Comandante Celestial e serão alistados no Seu exército. São as joias mais preciosas de Deus, hoje contaminados pelas escórias dos defeitos e da fragilidade de sua natureza humana. Mas o fogo da tribulação do tempo de angústia irá prová-los, purificá-los e embranquecê-los no tempo do fim (Daniel 11:35).

E assim, quando forem purificados, e embranquecidos, e provados (Daniel 12:10), darão o testemunho em favor do Seu Deus. Guardarão fielmente todos os Seus mandamentos, inclusive aquele que ordena a santificação do sábado do sétimo dia, mesmo contra a expressa proibição de um decreto dominical de feitura humana, levantado por sua causa. Mesmo com o risco de perder a própria vida. E muitos morrerão. Mas para esses, que não guardarão o dia que representa o “sinal da besta”, existe uma bendita esperança e promessa por guardarem fielmente o dia que a Bíblia chama de “o sinal de Deus (Ezequiel 20:12 e 20): “Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos trabalhos, e as suas obras os sigam” (Apocalipse 14:12-13).

Eles parecem ter perdido a sua vida, mas na realidade o que fizeram foi ganhá-la, pois não a tiveram por preciosa, porque Jesus já prometera antes: “Quem ama a sua vida, perdê-la-á e quem aborrece a sua vida guardá-la-á para a vida eterna” (João 12:25). Ele foi mais claro ainda, relacionando-a a Si, ao repetir esta bendita promessa aos que ouviram o Seu chamado e O escolheram por amor, contra tudo e contra todos: “Aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de Mim, achá-la-á” (Mateus 16:25).

O final dessa história é feliz para os fiéis de Laodiceia: “Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas” (Apocalipse 22:14). João os viu, depois de tudo terminado. Eis a descrição que fez deles:

E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que em suas testas tinham escrito o nome de Seu Pai. E ouvi uma voz do céu, como a voz de muitas águas, e como a voz de um grande trovão; e ouvi uma voz de harpistas, que tocavam com as suas harpas. E cantavam um cântico novo diante do trono, e diante dos quatro querubins e dos anciãos; e ninguém podia aprender aquele cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra. Estes são os que não foram contaminados com mulheres; porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro. E na sua boca não se achou engano; porque são irrepreensíveis diante do trono de Deus (Apocalipse 14:1-5).

Esse é o glorioso futuro que espera o povo de Laodiceia. Os que hoje dormem embalados numa falsa segurança precisam urgentemente despertar, reconhecendo a sua real situação. A mudança é necessária e indispensável. Se não houver decisão não haverá mudança. E nem salvação.

Lembrem-se: “Durante séculos de trevas espirituais a igreja de Deus tem sido como uma cidade edificada sobre um monte. De século em século, através de sucessivas gerações, as puras doutrinas do Céu têm sido desdobradas dentro de seus limites. Fraca e defeituosa como possa parecer, a igreja é o único objeto sobre que Deus concede em sentido especial Sua suprema atenção. É o cenário de Sua graça, na qual Se deleita em revelar Seu poder de transformar corações” (Ellen G. White, Atos dos apóstolos, pag. 12 ) . 

“Caso nos ponhamos ao lado de Deus, de Cristo e dos seres celestiais, a proteção da Onipotência se encontrará sobre nós, o poderoso Deus de Israel será nosso ajudador, e não precisamos temer. Aqueles que tocam no povo de Deus, tocam na menina de Seus olhos” (Mensagens escolhidas, vol. 2, pag. 273) ... 



Um comentário:

  1. A coisa está realmente feia. Como igreja estamos cada dia mais procurando a semelhança do mundo do que a semelhança de Jesus.

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